domingo, 4 de março de 2012

Enfim, a dieta que realmente funciona!

O que o título acima tem de semelhança com todas as dietas que você já ouviu falar? Simples: é tão mentirosa quanto todas as demais. Mas, ao final, você terá a sua dieta. Acalme-se e leia atentamente tudo, primeiro.

Vivemos em um mundo que sempre terá alguém para vender algo que alguém queira comprar. Se você quer facilidades, encontrará quem as ofereça, por preços “imbatíveis”. Se você procura milagres, encontrará santos vendedores que, humildemente, venderão o milagre para você. Enfim, se você quer ser enganado, sempre haverá alguém disposto a cumprir o seu desejo.

Há no mercado uma infinidade de produtos que prometem o “emagrecimento natural”, rapidamente. Adicionam, enfaticamente: sem o “efeito sanfona”. Maravilha mesmo! Lá em baixo, em letras mais do que minúsculas: esse produto funcionará melhor com uma dieta alimentar e a prática de atividades físicas. Algo assim como vender comprimidos para saciar a sede. Que devem ser tomados com dois copos com água. É dito e feito: adeus, sede!

Feito esse alerta preliminar, com a ironia pertinente, podemos realmente entrar no assunto: o controle do peso corporal.

Em termos populacionais, o peso “ideal” será os centímetros da altura em quilos. Assim, com 1,70 m de altura, o “peso ideal” será de 70 quilos. Por ser o peso um referencial sujeito a uma gama enorme de variáveis que o influenciam, considera-se então uma faixa com 5% a mais ou a menos daquele número. Ou seja, Para alguém com 1,70m, uma faixa que varia entre 73 a 67 quilos é considerada saudável.Há outros indicadores utilizados, como o Índice de Massa Corporal (IMC), cálculos de Massa magra, etc. Mas mantenhamos a coisa bem simples aqui, que não é um artigo com características de trabalho científico.

Porém, como dito, essa é uma referência quando se trata de populações. Para uma abordagem individual, serão considerados muitos outros fatores que citaremos a seguir, tais como o sexo, os culturais de um povo, costumes familiares, hereditariedade, hábitos sociais, atividade física, o conceito personalíssimo de “sentir-se bem”, os referenciais temporais e geográficos de beleza, entre tantos outros.

Caso o leitor esteja fora daquela faixa de peso corporal ou se sinta desconfortável física ou psicologicamente com ele, ou ainda as duas coisas, algumas orientações a respeito. Divididas em tópicos, dada a diversidades de enfoques da situação a ser enfrentada: a perda de peso.

I – Encare a situação e seja totalmente sincero com você mesmo. O corpo não aceita desculpas ou justificativas. E nem se deixa enganar, como as pessoas que amam você. O seu amado diz que você não está gorda, mas que está cheia de amor. Os mais distantes e desconhecidos, de gorda mesmo. Já os que te odeiam, e existem, acredite, referem-se a sua pessoa como rolha de poço. E daí pra mais. Portanto, encare tudo isso como fato consumado. E, ao se decidir a perder o tal do peso, faça-o disposto a pagar o preço para obter sucesso. Nem que seja por mero comodismo. Já que o derrotado está sempre a explicar a derrota, enquanto que o vencedor não precisa explicar nada.

I I – Informe-se  – com a net a disposição, caiu em desuso a expressão “não sei”. O google está aí pra isso: leia a respeito, informe-se, conheça a experiência alheia. De leigos e também de especialistas. O seu conhecimento sobre a Nutrição e a Atividade Física são fundamentais e farão toda a diferença. Refestele-se, ao saber que você não é o único sofredor do mundo. E perceba também lá que as suas explicações, desculpas e justificativas para o sobrepeso são as mesmas que todos usam. Indiscriminadamente. No mundo todo. Parece até que leram na mesma cartilha. Em consultas médicas, a expressão mais usada é: mas eu como pouco. Pareço um passarinho! Parece até que combinaram. Todos dizem o mesmo.

I I I – Não busque remédios; não busque fórmulas milagrosas; não aceite como solução os compostos de “aminoácidos” e outros componentes milagrosos, todos eles “importados”, de tão bom; não faça dietas promissoras de quatro semanas; não inicie um projeto para o próximo verão; saiba que os aparelhos para ginástica doméstica são hoje figuras da decoração da casa, servindo como cabides, estantes, porta-bagulhos e etc; não busque listas imensas do que pode e do que não pode comer. Você vai perdê-la ou esquecer-se dela; saiba que conhecer o assunto não significa que você precisa tornar-se Médico para entender o seu corpo. Basta que você dialogue com ele; não se preocupe com o resultado. Apenas faça o que precisa ser feito. Com essa visão do assunto, fica fácil perceber o porque é que esse blog não tem propagandas ou patrocinador. A indústria farmacêutica, os fabricantes de equipamentos, academias em geral, não gostam dessa visão do assunto. Mas não é difícil descobrir o porquê.

I V – Para o controle do peso é fundamental o domínio e o equilíbrio entre a Nutrição e a Atividade Física. Para isso, é também fundamental, essencial o seu acompanhamento médico. A despeito de se informar sobre o assunto, o seu conhecimento adquirido não prescinde da orientação médica. Ele é o único que sabe como transformar em antídoto o veneno que representa o sobrepeso. Mas procure bem. Sabemos que hoje há médicos que são piores do que a permanecer doente. A afirmação não é anti-ética, é fato. Ao encontrar um bom Profissional, com a letra p na forma em que foi escrita, siga as suas orientações. Faça todos os exames necessários. Tome todas as providências sugeridas. Faça religiosamente tudo o que foi mandado. E faça-o saber, periodicamente, de como está executando o seu projeto e os resultados parciais obtidos. Ele precisa desse seu retorno, para a continuidade e para o sucesso do seu projeto de perda de peso.   

V – Nada deve ser suprimido de seu hábito alimentar. Partindo-se do princípio de que você come habitualmente o alimento X, a supressão dele é o primeiro passo para que você, mentalmente, abandone o seu projeto. Nada do que habitualmente o ser humano utiliza para se alimentar, excetuando-se as particularidades individuais, faz qualquer mal à saúde.Fica fácil entender esse ponto de vista, utilizando-se o sexo como exemplo. O sexo pode fazer muito mal, podendo causar gonorréia, sífilis, herpes, condiloma acuminado e tantas outras moléstias, incluindo a tão atualmente temível  síndrome da imunodeficiência. Não é por essa razão que devemos suprimir então o sexo de nossas vidas. Basta que seja feito de maneira adequada. Faça o mesmo com os alimentos.

V I – Da mesma maneira que não se deve suprimir qualquer tipo de alimento da dieta, como caminho para o emagrecimento, também não existe qualquer alimento com tais poderes. Muito embora recebamos diariamente informações contrariando essa verdade.

Peixe não emagrece. Haja vista que a baleia alimenta-se apenas dele e pesa algumas toneladas. Saladas não emagrecem, haja vista a vaca, alimentando-se exclusivamente de capim, chega facilmente a uma tonelada de peso. Como exemplo, também o urso, que sobrevive de peixes e frutinhas silvestres. E o belo espécime acumula também perto de meia tonelada. Peço minhas escusas à prezada leitora, que não a estou chamando de vaca, de baleia ou mesmo o leitor de amigo-urso. São apenas exemplos elucidativos, tendo-se em conta que a fisiologia animal é a mesma entre todos os animais que somos.
Portanto, não acredite nos poderes milagrosos de incluir tal coisa em sua dieta. A cada dia, surgem notícias de que uma citada plantinha amazônica ou que seja originária dos altos do Himalaia tem poderes extraordinários de curar o câncer, emagrecer e até mesmo tirar mal-olhado. Se há mais um espécime alimentar, inclua-o em seu hábito alimentar, retirando dele o invólucro de mirabolante. Apenas coma-o.

V I I -  Então, não exclua nada e inclua tudo o que puder em seu hábito alimentar. Não parece difícil fazer isso. O próximo passo é o melhor, o mais prazeroso, o mais econômico, o mais rápido, o mais ágil, o mais tudo o que você quiser e, principalmente, o mais eficaz: coma menos.
Você se sentirá mais leve, obviamente; para esse mundo de “correria”, nada melhor do que gastar menos tempo se alimentando; o pagamento é menor, por menos alimento; e tantas outras vantagens que você pode acrescentar aqui. 

Uma dica: acostume-se a comer em pratos menores. Já reparou o tamanho dos pratos disponíveis em restaurantes “por quilo”?  Experimente servir o seu prato de maneira habitual. Depois, transponha os alimentos para um prato menor. Você perceberá o quanto está comendo.

Na realidade, eu não sei o quanto você come. Você sabe. Eu apenas sei que é muito. Ou, pelo menos, mais do que deveria. Se não fosse, você não estaria com o sobrepeso. Por isso, a proposta do “menos”. O quanto e o o quê, quem vai determinar é você. Apenas você. 
Não se apoie na expressão "eu como pouco". Se você comia feito a um passarinho, passe a comer feito a um filhote de passarinho. 

Um fato que se mostra ser verdade, ou ao menos bastante comum: acostumamo-nos a comer, desde a adolescência, uma quantidade de alimentos. Para um dado gasto energético, que, pela própria idade, é bastante alto. Isso gera um balanço energético por vezes até negativo. Adolescentes geralmente são magros. Com o transcorrer dos anos há uma diminuição no gasto energético. E as pessoas costumam ganhar peso. Atribuem isso "à idade", o que não é correto. O que se mostra correto é que, pela redução do gasto e a permanência nos hábitos alimentares, o balanço vai se tornando cada vez mais positivo. Portanto, há que se fazer uma adequação: coma menos.  

Porque, sendo o peso uma aferição do resultado entre o que se come e o que se gasta. Estando ele acima do normal, apenas com esse dado, podemos inferir uma, de duas coisas: Você está mais comendo MAIS do que precisa. Ou: você está gastando MENOS do que deveria. A somatória das duas é o mais comum e o pior: você come mais do que precisa E gasta menos do que deveria.   

V I I I – Habitualmente, fomos condicionados a três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar. Porém, tem sido continuamente demonstrado que a maneira mais eficiente e saudável é que realizemos seis refeições diárias. Obviamente que isso incluirá mudanças radicais de hábitos. Mas o que acarretará que o mesmo aporte calórico será agora realizado em seis vezes, e não mais três. Somente esse fator já causará os seus benefícios. Dentre eles a diminuição do peso. 

I X - Como sugestão final para o tópico "Nutrição": restrinja (o que não significa "suprima") em seu hábito alimentar: o leite e seus derivados: o trigo (pão, massas, bolos) em todas as suas formas; o arroz (culturalmente, o brasileiro enche o prato com arroz. Depois coloca, se houver, algo mais); o açúcar e o sal. Tente isso.

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O assunto é bastante extenso, muito embora deva ser discorrido de forma conjunta. Impossível dissociar a Nutrição da Atividade Física, quando se aborda o assunto “controle do peso corporal”.

Mas, divididos em tópicos, a fim de facilitar tanto a abordagem quanto à leitura, deixamos para uma próxima postagem os tópicos referentes à Atividade Física. E, por fim, a prometida Dieta Mágica!