sábado, 23 de março de 2013

Em quanto tempo?



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Desde que comecei a correr esta é a frase que mais escuto após cada prova:
-Em quanto tempo você completou?
Embora isto tenha me preocupado no começo, logo percebi que não tinha nem idade, nem biótipo, nem peso para ficar correndo que nem louca e me conformei a correr o que posso porque eu adoro este esporte.
A corrida me proporciona momentos de introspecção, de reflexão e também de intenso prazer.
Na academia, nos dias de treino, assisto a filmes, vejo reportagens, ouço e vejo clipes que provavelmente eu não veria se estivesse no sofá da sala.
Na rua, nos parques e nas provas prefiro correr sem música porque adoro escutar o som da natureza ou do entorno.
Entretanto é fatal perceber o quanto este tal tempo é de importância capital para a maioria dos meus amigos corredores.
Tão importante que tem gente que desiste porque não consegue correr “naquele” tempo que corria há 10 anos atrás, ou que não consegue correr de modo competitivo.
Uma pena porque correr é bom em qualquer velocidade.
Aliás o mundo moderno já é uma corrida contra o tempo.
O trânsito, as filas de supermercado, de banco, de cinema, etc.
O que vivemos no dia-a-dia é sempre correr.
Quem de nós não gostaria de mais umas 6 horas por dia, para fazer tudo o que não conseguimos em um dia normal?
Poderíamos ler mais, estudar mais, trabalhar mais (isto não!!!) e correr mais, ou melhor correr menos com as nossas obrigações para nos sobrar mais tempo para o prazer das corridas esportivas.
Para que então esta corrida louca se nem vamos ganhar coisa alguma? Nenhum de nós vai disputar o primeiro lugar. Para que corrermos que nem malucos para acabar com nossas articulações? Só ouço falar de lesões. Como se fossem absolutamente normais.
Não são! Tenho certeza que se as pessoas corressem no seu limite não se machucariam tanto.
E que graça teria? Eu acho que teria a graça de passarmos anos a fio correndo, sem lesões, sem dores, sem problemas. Eu nunca tive nenhum problema.
Cai uma vez somente e porque já estava no meu 15º quilometro e cansada.
Penso que poderíamos deixar esta rapidez toda para os profissionais.
Estou sozinha nesta reflexão.
Fui rejeitada por dois anos consecutivos na academia que frequento, para a prova de revezamento Pão de Açúcar,porque não corria o que era preciso para fazer parte da equipe.
Mas nem 9km por hora?? Pelo menos?? Oras , Edna mas a turma corre pelo menos 10km por hora..
Ah, então tá! Não posso participar.  Assim, fui sozinha. E graças a esta rejeição acabei fazendo a minha segunda meia maratona, porque não consegui entrar em nenhum grupo.
Depois da prova, passei na tenda e descobri que havia faltado gente para completar os grupos.
Enfim, uma prova que era para ser um lazer e unir as pessoas acabou desunindo pela crença do quanto mais rápido melhor.
Eu não entendo.Vou morrer sem entender.
Talvez entendesse se tivesse como competir.
Como não posso, vou correndo meus 8 ou 8,5km por hora e pronto!
O importante é que não vou parar e aos 80 anos estarei ainda correndo.
Só espero que meus amigos corredores de hoje possam estar comigo lá na frente e que com o passar dos anos eles possam me acompanhar e correr com menos velocidade.
E que todos nós possamos continuar correndo até o fim, com o mínimo de lesões possíveis.
 Edna Brissa é médica e atleta. Seu depoimento reflete bem a realidade que precisamos vivenciar. A atividade física pelo prazer e bem-estar não pode ser confundida com a do atleta. Ele busca a vitória em competições, recordes e que, em função dos patrocinadores, precisa obter sempre marcas mais significativas e melhores. 

O praticante amador tem apenas que continuar. E, ao praticar exercícios, "ouvir" o que diz o seu corpo aos esforços. O único "desafio", se é que há de haver, para nos estimular, é estar igual a ontem. Se possível, melhor.

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Verdade e mitos sobre a Reposição Hídrica

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1146686-efeitos-de-bebidas-esportivas-sao-questionados-em-artigos-cientificos.shtml#anc6515685

A cada dia uma nova visão sobre antigo assunto, a "Reposição Hídrica" durante ou devido a atividades físicas. É certo que grande parte da polêmica criada visa ao estímulo do consumo das bebidas comercializadas como "isotônicos", já que o próprio debate já serve como uma propaganda subliminar.

Para um bom entendimento sobre o assunto, é interessante repassar alguns elementos de fisiologia do corpo humano e também da maneira da própria prática desportiva, em seus múltiplos aspectos. O mais importante e genérico conceito é que cerca de 60% do peso corporal consiste de água. Logo, um esportista com 70 quilos "possui" 42 litros de água. Desses, cerca de 20%, 8,4l estão "disponíveis" para uso imediato, não representando riscos vitais. Em uma atividade física de uma hora, considerando-se que a perda hidríca seja de UM litro (o que é um exagero), isso representa 10% do que tem-se para gastar. (Os números citados são aproximados). Esses são dados da fisiologia humana. 

Partindo-se desses dados, torna-se uma falácia a ideia de que é preciso consumir líquidos mesmo durante a atividade. Com o devido pedido antecipado de perdão pela grosseira comparação, o organismo humano não funciona como os belos e possantes carros de fórmula um. Não precisamos, durante uma prova parar no pit stop para trocar pneus, caso comece a chover. Não é preciso repor gasolina pelo consumo, o que é feito nos Rallies que conhecemos. Pode até parecer engraçada a grotesca analogia, mas o que parece é que tratam o assunto desta equivocada maneira. Em certos momentos, até enxergamos claramente as conveniências de assim fazer, o estimular o consumo dos tais "complementos" hídricos. 

Porém, tal assunto carece ser tratado com seriedade. Uma das nobres tarefas médicas, como formador de opinião, é o estímulo à prática desportiva. Não para formar atletas, mas para a prevenção de doenças e manutenção do bem estar. Tome-se a maior de todas as vilãs a serem enfrentadas: a obesidade. Dado que infelizmente não existem dietas milagrosas, a perda de peso fica quase que inteiramente por conta da atividade física. A primeira grande razão é que o ganho de peso fica primeiramente por conta do gasto insuficiente de energia. E em segundo, pela ingesta, geralmente excessiva.

Assim, alguém com sobrepeso prepara-se para a atividade física. Retornando aos números aproximados apresentados, a finalidade é a redução da massa corporal. Portanto, torna-se um contrassenso qualquer "reposição". Retomemos o exemplo: alguém com 90 quilos, cujo "peso ideal" deveria ser 70, possui 54 litros de líquido em seu corpo. Quando deveriam ser 42. Logo, está com 12 litros a mais de água no organismo. Somados aos 14 que dispõe para o consumo imediato, em seu peso "normal", são 26 litros de água que podem ser consumidos, sem alteração do funcionamento normal, em termos fisiológicos. Ao praticar uma atividade física, a corrida, por exemplo, tal indivíduo não apresenta condições físicas ideias. Logo, em uma hora ele jamais irá perder UM litro de líquido. Perdendo o exagero de meio litro, isso representa 0,4% de perda. Algo que não necessita de reposição, sob qualquer aspecto. 

Claro que em termos de atletas de elite mudam-se todos os parâmetros. E todas as competições, inclusive aquelas ditas "exageradas", criadas pela sociedade como formas de superação de barreiras. Não falamos aqui de uma corrida de uma ou duas horas, para atletas não competitivos.  Falamos de ultramaratonas de 175 quilômetros, do decatlon e outras tantas.  Nessas, os preparativos e as providências são outras. Que fogem à abordagem aqui pretendida. Mas que nunca passam pelo consumo de líquidos de reposição.

domingo, 4 de março de 2012

Enfim, a dieta que realmente funciona!

O que o título acima tem de semelhança com todas as dietas que você já ouviu falar? Simples: é tão mentirosa quanto todas as demais. Mas, ao final, você terá a sua dieta. Acalme-se e leia atentamente tudo, primeiro.

Vivemos em um mundo que sempre terá alguém para vender algo que alguém queira comprar. Se você quer facilidades, encontrará quem as ofereça, por preços “imbatíveis”. Se você procura milagres, encontrará santos vendedores que, humildemente, venderão o milagre para você. Enfim, se você quer ser enganado, sempre haverá alguém disposto a cumprir o seu desejo.

Há no mercado uma infinidade de produtos que prometem o “emagrecimento natural”, rapidamente. Adicionam, enfaticamente: sem o “efeito sanfona”. Maravilha mesmo! Lá em baixo, em letras mais do que minúsculas: esse produto funcionará melhor com uma dieta alimentar e a prática de atividades físicas. Algo assim como vender comprimidos para saciar a sede. Que devem ser tomados com dois copos com água. É dito e feito: adeus, sede!

Feito esse alerta preliminar, com a ironia pertinente, podemos realmente entrar no assunto: o controle do peso corporal.

Em termos populacionais, o peso “ideal” será os centímetros da altura em quilos. Assim, com 1,70 m de altura, o “peso ideal” será de 70 quilos. Por ser o peso um referencial sujeito a uma gama enorme de variáveis que o influenciam, considera-se então uma faixa com 5% a mais ou a menos daquele número. Ou seja, Para alguém com 1,70m, uma faixa que varia entre 73 a 67 quilos é considerada saudável.Há outros indicadores utilizados, como o Índice de Massa Corporal (IMC), cálculos de Massa magra, etc. Mas mantenhamos a coisa bem simples aqui, que não é um artigo com características de trabalho científico.

Porém, como dito, essa é uma referência quando se trata de populações. Para uma abordagem individual, serão considerados muitos outros fatores que citaremos a seguir, tais como o sexo, os culturais de um povo, costumes familiares, hereditariedade, hábitos sociais, atividade física, o conceito personalíssimo de “sentir-se bem”, os referenciais temporais e geográficos de beleza, entre tantos outros.

Caso o leitor esteja fora daquela faixa de peso corporal ou se sinta desconfortável física ou psicologicamente com ele, ou ainda as duas coisas, algumas orientações a respeito. Divididas em tópicos, dada a diversidades de enfoques da situação a ser enfrentada: a perda de peso.

I – Encare a situação e seja totalmente sincero com você mesmo. O corpo não aceita desculpas ou justificativas. E nem se deixa enganar, como as pessoas que amam você. O seu amado diz que você não está gorda, mas que está cheia de amor. Os mais distantes e desconhecidos, de gorda mesmo. Já os que te odeiam, e existem, acredite, referem-se a sua pessoa como rolha de poço. E daí pra mais. Portanto, encare tudo isso como fato consumado. E, ao se decidir a perder o tal do peso, faça-o disposto a pagar o preço para obter sucesso. Nem que seja por mero comodismo. Já que o derrotado está sempre a explicar a derrota, enquanto que o vencedor não precisa explicar nada.

I I – Informe-se  – com a net a disposição, caiu em desuso a expressão “não sei”. O google está aí pra isso: leia a respeito, informe-se, conheça a experiência alheia. De leigos e também de especialistas. O seu conhecimento sobre a Nutrição e a Atividade Física são fundamentais e farão toda a diferença. Refestele-se, ao saber que você não é o único sofredor do mundo. E perceba também lá que as suas explicações, desculpas e justificativas para o sobrepeso são as mesmas que todos usam. Indiscriminadamente. No mundo todo. Parece até que leram na mesma cartilha. Em consultas médicas, a expressão mais usada é: mas eu como pouco. Pareço um passarinho! Parece até que combinaram. Todos dizem o mesmo.

I I I – Não busque remédios; não busque fórmulas milagrosas; não aceite como solução os compostos de “aminoácidos” e outros componentes milagrosos, todos eles “importados”, de tão bom; não faça dietas promissoras de quatro semanas; não inicie um projeto para o próximo verão; saiba que os aparelhos para ginástica doméstica são hoje figuras da decoração da casa, servindo como cabides, estantes, porta-bagulhos e etc; não busque listas imensas do que pode e do que não pode comer. Você vai perdê-la ou esquecer-se dela; saiba que conhecer o assunto não significa que você precisa tornar-se Médico para entender o seu corpo. Basta que você dialogue com ele; não se preocupe com o resultado. Apenas faça o que precisa ser feito. Com essa visão do assunto, fica fácil perceber o porque é que esse blog não tem propagandas ou patrocinador. A indústria farmacêutica, os fabricantes de equipamentos, academias em geral, não gostam dessa visão do assunto. Mas não é difícil descobrir o porquê.

I V – Para o controle do peso é fundamental o domínio e o equilíbrio entre a Nutrição e a Atividade Física. Para isso, é também fundamental, essencial o seu acompanhamento médico. A despeito de se informar sobre o assunto, o seu conhecimento adquirido não prescinde da orientação médica. Ele é o único que sabe como transformar em antídoto o veneno que representa o sobrepeso. Mas procure bem. Sabemos que hoje há médicos que são piores do que a permanecer doente. A afirmação não é anti-ética, é fato. Ao encontrar um bom Profissional, com a letra p na forma em que foi escrita, siga as suas orientações. Faça todos os exames necessários. Tome todas as providências sugeridas. Faça religiosamente tudo o que foi mandado. E faça-o saber, periodicamente, de como está executando o seu projeto e os resultados parciais obtidos. Ele precisa desse seu retorno, para a continuidade e para o sucesso do seu projeto de perda de peso.   

V – Nada deve ser suprimido de seu hábito alimentar. Partindo-se do princípio de que você come habitualmente o alimento X, a supressão dele é o primeiro passo para que você, mentalmente, abandone o seu projeto. Nada do que habitualmente o ser humano utiliza para se alimentar, excetuando-se as particularidades individuais, faz qualquer mal à saúde.Fica fácil entender esse ponto de vista, utilizando-se o sexo como exemplo. O sexo pode fazer muito mal, podendo causar gonorréia, sífilis, herpes, condiloma acuminado e tantas outras moléstias, incluindo a tão atualmente temível  síndrome da imunodeficiência. Não é por essa razão que devemos suprimir então o sexo de nossas vidas. Basta que seja feito de maneira adequada. Faça o mesmo com os alimentos.

V I – Da mesma maneira que não se deve suprimir qualquer tipo de alimento da dieta, como caminho para o emagrecimento, também não existe qualquer alimento com tais poderes. Muito embora recebamos diariamente informações contrariando essa verdade.

Peixe não emagrece. Haja vista que a baleia alimenta-se apenas dele e pesa algumas toneladas. Saladas não emagrecem, haja vista a vaca, alimentando-se exclusivamente de capim, chega facilmente a uma tonelada de peso. Como exemplo, também o urso, que sobrevive de peixes e frutinhas silvestres. E o belo espécime acumula também perto de meia tonelada. Peço minhas escusas à prezada leitora, que não a estou chamando de vaca, de baleia ou mesmo o leitor de amigo-urso. São apenas exemplos elucidativos, tendo-se em conta que a fisiologia animal é a mesma entre todos os animais que somos.
Portanto, não acredite nos poderes milagrosos de incluir tal coisa em sua dieta. A cada dia, surgem notícias de que uma citada plantinha amazônica ou que seja originária dos altos do Himalaia tem poderes extraordinários de curar o câncer, emagrecer e até mesmo tirar mal-olhado. Se há mais um espécime alimentar, inclua-o em seu hábito alimentar, retirando dele o invólucro de mirabolante. Apenas coma-o.

V I I -  Então, não exclua nada e inclua tudo o que puder em seu hábito alimentar. Não parece difícil fazer isso. O próximo passo é o melhor, o mais prazeroso, o mais econômico, o mais rápido, o mais ágil, o mais tudo o que você quiser e, principalmente, o mais eficaz: coma menos.
Você se sentirá mais leve, obviamente; para esse mundo de “correria”, nada melhor do que gastar menos tempo se alimentando; o pagamento é menor, por menos alimento; e tantas outras vantagens que você pode acrescentar aqui. 

Uma dica: acostume-se a comer em pratos menores. Já reparou o tamanho dos pratos disponíveis em restaurantes “por quilo”?  Experimente servir o seu prato de maneira habitual. Depois, transponha os alimentos para um prato menor. Você perceberá o quanto está comendo.

Na realidade, eu não sei o quanto você come. Você sabe. Eu apenas sei que é muito. Ou, pelo menos, mais do que deveria. Se não fosse, você não estaria com o sobrepeso. Por isso, a proposta do “menos”. O quanto e o o quê, quem vai determinar é você. Apenas você. 
Não se apoie na expressão "eu como pouco". Se você comia feito a um passarinho, passe a comer feito a um filhote de passarinho. 

Um fato que se mostra ser verdade, ou ao menos bastante comum: acostumamo-nos a comer, desde a adolescência, uma quantidade de alimentos. Para um dado gasto energético, que, pela própria idade, é bastante alto. Isso gera um balanço energético por vezes até negativo. Adolescentes geralmente são magros. Com o transcorrer dos anos há uma diminuição no gasto energético. E as pessoas costumam ganhar peso. Atribuem isso "à idade", o que não é correto. O que se mostra correto é que, pela redução do gasto e a permanência nos hábitos alimentares, o balanço vai se tornando cada vez mais positivo. Portanto, há que se fazer uma adequação: coma menos.  

Porque, sendo o peso uma aferição do resultado entre o que se come e o que se gasta. Estando ele acima do normal, apenas com esse dado, podemos inferir uma, de duas coisas: Você está mais comendo MAIS do que precisa. Ou: você está gastando MENOS do que deveria. A somatória das duas é o mais comum e o pior: você come mais do que precisa E gasta menos do que deveria.   

V I I I – Habitualmente, fomos condicionados a três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar. Porém, tem sido continuamente demonstrado que a maneira mais eficiente e saudável é que realizemos seis refeições diárias. Obviamente que isso incluirá mudanças radicais de hábitos. Mas o que acarretará que o mesmo aporte calórico será agora realizado em seis vezes, e não mais três. Somente esse fator já causará os seus benefícios. Dentre eles a diminuição do peso. 

I X - Como sugestão final para o tópico "Nutrição": restrinja (o que não significa "suprima") em seu hábito alimentar: o leite e seus derivados: o trigo (pão, massas, bolos) em todas as suas formas; o arroz (culturalmente, o brasileiro enche o prato com arroz. Depois coloca, se houver, algo mais); o açúcar e o sal. Tente isso.

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O assunto é bastante extenso, muito embora deva ser discorrido de forma conjunta. Impossível dissociar a Nutrição da Atividade Física, quando se aborda o assunto “controle do peso corporal”.

Mas, divididos em tópicos, a fim de facilitar tanto a abordagem quanto à leitura, deixamos para uma próxima postagem os tópicos referentes à Atividade Física. E, por fim, a prometida Dieta Mágica!

sábado, 28 de maio de 2011

A importância do Alongamento muscular


O corpo humano é uma máquina projetada para a ação e o movimento. O grande número de ossos, articulações e músculos existem para realizar essa tarefa. Os músculos, inserindo-se nos ossos por meio de tendões, ao se contrair produzem força.  As articulações são estabilizadas por meio de ligamentos. Ao receberem a força originada pela ação muscular desviam a  sua direção, realizando assim o movimento.  O mecanismo é bastante complexo, envolvendo uma série de músculos agonistas e antagonistas e outras articulações. Porém, para o que desejamos aqui, o importante é estabelecer a referência: o músculo é feito para contrair  e relaxar. 


Por hábitos decorrentes de uma vida social cada vez mais automatizada, a necessidade de locomoção e os movimentos tornam-se cada vez menores, em quantidade, qualidade e amplitude. À parte de outras consequências, renstrijamo-nos aqui ao que ocorre nos músculos, ligamentos e articulações devido ao sedentarismo. Vamos deixar de lado a hipertensão, a obesidade, a baixa na auto-estima, o insuficiente desempenho sexual, o declínio intelectual e outras conseqüências. Não porque não sejam importantes.


A não-utilização do músculo faz com que diminua a sua irrigação sanguínea, o que, cronicamente leva à redução de número de fibras contráteis. Com isso, a diminuição de volume e força. Por estarem intimamente ligados à pele, ocorre a flacidez da pele e também as rugas.


As articulações são continuamente banhadas pelo líquido sinovial, que tem a função de lubrificação, além de nutrição das cartilagens articulares. Com a redução dos movimentos, há menor necessidade de lubrificação, ocorrendo redução do líquido sinovial e, cronicamente, rigidez articular. Processo que causa redução na amplitude dos movimentos e dor.  


Os processos metabólicos resultam em radicais livres que são tóxicos celulares. O seu acúmulo, pela deficiente irrigação sanguínea, vai interferir em outras reações necessárias e vitais. A fim de diluir essa toxicidade ocorre retenção hídrica, levando ao ganho de peso. 

A sabedoria popular conhece bem todo esse processo, denominando-o ferrugem.



Como se pode notar, por esse pequeno e parcial resumo, a inatividade cria um círculo vicioso crescente e insidioso, atuando sempre contra o indivíduo. Ele precede toda e qualquer doença que virá causar no futuro. Pode o indivíduo realizar toda uma bateria de exames, o tão-famoso checkup. Os resultados serão normais.


Alguns exames até serão repetidos, diante do resultado dito como normal e a infinidade de queixas apresentadas. Mas a repetição voltará também como normal. Não houve “erro do laboratório”.É que não há ainda qualquer doença.


O “erro” está nos hábitos de vida. Em acreditar que “atividade física é para atletas”. Está em pedir pizza pelo telefone. Em ir até a padaria da esquina de carro, que fica a cinquenta metros, mas que se roda três km até chegar a ela. De ficar meia hora na fila do elevador para ir até o primeiro andar. De não gostar de um pedaço do bolo, mas dele inteiro. De se alimentar indefinidamente de “lanches”, por alegada falta de tempo. Não existe falta de tempo, mas de interesse. Ou de conhecimento. E outros tantos exemplos que qualquer um pode acrescentar aqui.



Para aqueles que já praticam algum tipo de atividade, mesmo até atletas, o erro pode estar em “gostar” só da modalidade que pratica, ignorando as demais. De crer que jogador de futebol tem que ser “bom de bola”. E o pior de tudo: que existe um dom divino para tal. De agir como se o seu jogo começasse e terminasse apenas no intervalo de tempo em que está em campo para jogar. De pensar que um fundista deve apenas treinar as pernas, já que são as que correm.  De pensar que a força do soco ou do lançamento de uma bola está no punho, de que a extensão de uma passada depende do comprimento dos membros apenas. De pensar que, no restante do tempo da vida “normal” aqueles hábitos não lhe são prejudiciais.



A atividade física é vital para o bem-estar geral, não apenas sem doença.  O treinamento direcionado à prática desportiva eleita é fundamental para que a atividade física aja em favor de quem a pratica e não contra ela. Hábitos nutricionais equilibrados permitem e exigem a atividade física e o melhor desempenho, quando competitiva. E, no princípio de tudo, a necessidade do alongamento muscular constante, diário e de todo o corpo.



Converse com o seu médico sobre o assunto.  Com um Nutricionista. Com o seu personal trainner. Na sua Academia. Com o seu técnico. Converse com você mesmo. 

E, para começar, terminando de ler mais de uma vez, DESLIGUE O COMPUTADOR. Levante-se, estique-se e vá passear um pouco. 
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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cuidando de lesões

Os cuidados que se têm nos primeiros momentos após uma lesão são muito importantes. Vão determinar o tempo e o grau da recuperação e também podem  até determinar o seu agravamento, caso não sejam tomados corretamente e no seu tempo certo. 

Por essa razão torna-se muito importante que todo desportista saiba os cuidados gerais a serem tomados de imediato nas lesões mais comuns, dentro da modalidade praticada. Para que sejam tomados até que se tenha o socorro médico e o tratamento adequado. 

Apenas para citar alguns exemplos, no handebol e vôlei são comuns as lesões em punhos e ombros; no futebol, os estiramentos musculares; nas corridas, o desequilíbrio hídrico e o esgotamento muscular; no rugby as contusões e torções articulares. Ou seja, toda modalidade apresenta as suas lesões mais frequentes, pelo maior uso. E, de uma maneira geral, as escoriações, hematomas, entorses, contusões, estiramentos, deslocamentos e etc. 
Então, aqui serão dados alguns lembretes que podem ser fundamentais para o presente e o futuro da sua atividade esportiva. Por serem cuidados tão simples por vezes pode ser esquecidos ou até ignorados. 
Alguns cuidados preventivos
RECUPERAÇÃO 
Respeite o tempo de recuperação previsto pelo Médico. É muito comum o desportista ficam afoito e ansioso com a sua participação na próxima competição. Muito embora seja louvável o empenho em estar apto, vestir e defender as cores do seu time, é preciso agir com racionalidade. O tempo de recuperação proposto não é um número tirado ao acaso,  é  resultado de observação e conhecimento de fisiologia. Uma lesão superposta a um organismo já lesionado pode tornar a sua cura completa inviável, cronificando-a. Por isso,  se tiver com uma lesão, não jogue. Espere o tempo passar para curar definitivamente  a lesão. Outras competições virão. E, com elas, outras lesões. E você estará apto verdadeiramente. Tanto a competir, quanto a encarar o novo tratamento.                                              

APTIDÃO
Sem treino nada se consegue. Com o treinamento, o conhecimento dos seus limites atuais. Algo a ser superado. Se é com a emoção que se mentaliza um quadro de sucesso é com o racional que  se planeja e executa o que é necessário para obtê-lo. Não existe mágica. Não existe um estimulante, anabolizante, droga ou o que seja, que faça um organismo render mais do que ele pode render. O que se obtém como "rendimento extra" é apenas um aspecto psicológico da utilização de uma reserva de aptidão mantida inconsciente por beirar a perigosa exaustão e falência. Algumas drogas até podem induzir falsamente esse quadro  e eventualmente você poderá obter algum resultado imediato. Porém o custo é muito alto, quando não a própria vida. Sem qualquer exagero.
Sabendo disso, não procure fazer, durante uma competição, mais do que se conseguiu em treinamentos. Geralmente isso é a causa da maioria das lesões. Respeite os seus limites durante uma competição, utilizando as  deficiências apresentadas não como insucessos, mas apenas como tarefas para superação com os próximos treinamentos.  

NUTRIÇÃO
É certo que vivemos a Era dos Comprimidos. E em uma sociedade de consumo, ao se criar uma necessidade é porque foi criado algo para atendê-la. Com isso, deram aos comprimidos poderes que eles na realidade não têm. Se você gosta muito de salada de jiló com gabiroba, esse "gostar" é mental, emocional, psicológico, familiar, por hábito, etc. Tudo, menos físico. Não existe droga em comprimido que aplaque essa vontade.
O mesmo ocorre com os "alimentos suplementares". Atletas ou praticantes desportistas geralmente abordam o Médico, na tentativa de uma receita. E geralmente também têm uma explicação detalhada sobre tal necessidade, conhecimentos esses adquiridos em alguns artigos, mantidos, criados e financiados pelas mesmas indústrias fabricantes daqueles comprimidos. 
O que existe como realidade é uma alimentação inadequada. Distorçoes no hábito  alimentar, bem como as requisições sociais e profissionais levam por se consumir o que é apropriadamente expresso na língua inglesa: junk food. Lixo alimentar. Alimentos altamente energéticos e sem nenhum, ou quase nenhum, conteúdo proteico. E também altamente gordurosos, para aplacar a saciedade, essa essencialmente física. Assim estão criados os obesos desnutridos, carentes de... comprimidos de alimentação suplementar. E está fechado o ciclo.
Ao desportista é requisitado muito daquele suporte alimentar proteico balanceado que o obeso sedentário não tem e nem sabe que não tem, pois a sua rotina diária não exige. Ao praticar exercícios físicos vai descobrir isso rapidamente.  
Portanto, a sua decisão da prática desportiva, qualquer que seja a motivação, deve ser seguida de uma atitude racional, dirigida e  profissional. Profissional, não no sentido de remuneração, mas de seriedade, método e conhecimento. Assim como é essencial um treinador com esses requisitos profissionais para desenvolver a técnica e a aptidão,  é extremamente importante para um desempenho desejável a correção das distorções alimentares, para que não se torne necessário "suplementá-la".

Esses, apenas alguns aspectos essenciais que abordamos, atendendo às dúvidas que recebemos, sem a pretensão de esgotar o assunto. Abordaremos outros posteriormente. 
Se você tem alguma dúvida ou pergunta nesse assunto, escreva-nos. A finalidade é ser interativo com você e abordar temas de interesses objetivos dos leitores.


quinta-feira, 31 de março de 2011

Exames importantes para uma prática desportiva mais segura

ESCANOGRAMA

Um tipo de RX, milimetrado e tem a finalidade da mensuração de cada um dos membros inferiores.
A Ortopedia tradicionalmente aceita uma diferença de até um centímetro como normal.  Uma parcela muito pequena da população em geral não apresenta diferença na mensuração. Por ser um processo longo e evolutivo no crescimento, o corpo vai criando adaptações para a correção e o indivíduo geralmente nem tem conhecimento do encurtamento. Por essa razão não se considera, para a vida cotidiana, até um centimetro como uma patologia a ser considerada.
Porém, a Medicina Desportiva é preventiva. Trata das condições prévias ao condicionamento físico e da adequação, quando de patologias prévias e que podem piorar com o exercício físico. Popularmente, os praticantes de atividades físicas, em qualquer nível, procuram um Ortopedista, depois de algum evento desportivo, como torções, estiramentos, etc. E receberá uma atenção curativa

O encurtamento de um dos membros, por mínimo que seja, inaparente e assintomático para a vida cotidiana, quando da prática de atividades físicas certamente apresenta consequências, sendo a principal a dor. E o fator principal é que o corpo já se adaptou ao encurtamento. Ao se imprimir maior impacto e esforço, o mínimo que ocorrerá será a dor. Cronicamente, o encurtamento se manifestará como torções de repetição, dores articulares em tornozelo, joelhos, quadril, coluna e ombros. Ou seja, todo o corpo poderá se manifestar.

Essa a razão da indicação do Escanograma como primeiro e mais importante a ser realizado. Principalmente para iniciantes da prática desportiva. Mesmo aqueles que já praticam qualquer modalidade devem fazê-lo. O importante é conhecer o quantum de encurtamento, já que a correção dele é bastante simples. Um enfaixamento adequado, quando de valores mínimos e o uso de palmilha específica, quando maiores.
Apenas com esse procedimento, o praticante já notará diferenças significativas em seu desempenho e, após a atividade física, em sua recuperação. Muitas e muitas pessoas apresentam rejeição muito grande à prática desportiva e a razão inconsciente é de que ele, depois de praticado apresenta mais males do que bem.
Realmente, não há vantagens em estar se sentindo bem e praticar alguma atividade e, depois dela, apresentar dores, incômodos, demorada recuperação e etc. Ocorre muito frequentemente em crianças, afastando-a do exercício físico. Quando pratica uma determinada modalidade, seu desempenho deixa a desejar, sendo então confundido como uma inaptidão ou incapacidade para aquela modalidade, o que não é correto. 
O exemplo que mais se aproxima dessa situação é aquele em que a pessoa que está habituada e gosta de ler, fazendo-o com determinada frequência. Lentamente, por uma qualquer diminuição da acuidade visual, a leitura passa a ser inconscientemente mais difícil e até dolorosa. Aos poucos a pessoa inconscientemente evitará a leitura.


Então, providencie a realização do Escanograma, se você pretende iniciar um programa de exercícios físicos. Se já os pratica, mais importante ainda. E corrija o quase inevitável encurtamento.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O "atestado Médico"


Para se iniciar qualquer prática desportiva é fundamental que o Médico conheça o condicionamento físico atual, qualquer que seja ele. Toda a atividade física proposta  irá respeitar e partir do conhecimento daquele condicionamento, adotado então como referencial. Esse conhecimento médico é tão fundamental que foi até transformado em Lei: para todo o início de qualquer atividade física, faz-se necessário um “atestado médico”. Atestado médico, no sentido de que o médico atesta aquele conhecimento, via exames clínicos e complementares e considera-se (ou seja, o Médico) apto a propor um programa de treinamento.  

Na prática, não foi que aconteceu e acontece. A exigência de uma folha de papel, denominada de Atestado Médico, com o fim exclusivo de cumprimento de uma legislação, foi no que se transformou aquela avaliação de aptidão, a ser adotada como referencial.

Sabe-se que, na cidade de São Paulo, para exemplificar, há mais de MIL locais destinados à prática desportiva, considerando-se clubes, academias, ginásios, escolas, times e etc. Destes, cerca de meia dúzia possui um Médico apto a fazer aquela avaliação. Nas demais, há apenas a mecânica cobrança de uma folha de papel, assinada por um médico, com o seu CRM, ao que deram o nome de Atestado Médico.O qual foi englobado em nossa dantesca e risível burocracia, que chega ao absurdo de nos solicitar "atestado de que não temos filhos". Assim, o atestado passa a ter o mesmo valor que o seu comprovante de residência. Ou menos.

Essa, uma lastimável realidade. De um lado, eles com uma exigência burocrática, tirando-os da zona de perigo de serem flagrados e multados. Não querem se colocar em risco de perder alguns reais. Do seu lado, futuro praticante ou atleta, sem uma avaliação séria, você está colocando em risco a sua Saúde. Por vezes, a Vida. 

Dentro do clichê “esporte é saúde”, partindo-se de um referencial desconhecido, mesmo apresentando uma folhinha carimbada, TODO o risco é seu. E o “esporte” para você pode ser um infortúnio e o início de muitas e muitas doenças. E a piora da sua condição atual. Qualquer que seja ela.

Há uma série de procedimentos, exames clínicos, exames complementares muito importantes a serem realizados, antes que um Médico se considere apto a escrever e assinar que você está apto a praticar qualque exercício físico que seja. Não há "olho clínico" para isso.

Em outro momento, escreverei sobre quais são esses procedimentos, quando e como fazer.

Ao visitar um local escolhido para a sua prática desportiva, inicio ou continuidade, terapêutica, de lazer, esportiva ou até competitiva, não se impressione com a suntuosidade e riqueza das instalações, coisas de "primeiro mundo" e equipamentos de "última geração".  Preocupe-se em avaliar a seriedade médica da instituição. Se a única exigência for o tal atestado médico (além dos pagamentos da anuidade, claro), encontrável em qualquer esquina a preços módicos, a minha humilde sugestão é que você procure outro local que dê mais valor a sua saúde. A vida é sua. É tudo o que estou apto a afirmar.